E como a nostalgia atacou com o post de ontem, tem sido impossível não me lembrar com recorrência do dia em que o Enzo nasceu. Também estava um dia ensolarado e com uma temperatura amena. Lembro-me de ter acordado muito cedo e de ter pensado que a partir dali nunca mais a minha vida seria igual. Lembro-me de ter feito o “check in” no hospital, com algum nervosismo interior, mas tranquilidade aparente. Lembro-me de ter ido para a sala de partos onde me deram medicação, onde fiz o CTG, onde me pediram a primeira roupa que iriam vestir ao meu filho.
Estava tudo carinhosamente preparado. Lembro-me de cada minuto, cada passo do pessoal médico, até me lembro das palavras dos enfermeiros e do rosto deles, os meus sentidos estavam ao rubro naquela manhã e captaram tudo! Lembro-me de que mal me disseram para estar imóvel para a epidural, me ter mexido de imediato! Lembro-me dos sentimentos e dos pensamentos que tive. Lembro-me de tudo e mais alguma coisa! De ouvir o Enzo a chorar pela primeira vez, da primeira palavra que os médicos disseram quando ele nasceu, após ter dado alguma luta, lembro-me do primeiro pensamento que tive quando olhei para a carinha dele (que foi “tem o nariz igual ao meu”), lembro-me de me ter apaixonado naquele instante de forma inexplicável! Que coisa avassaladora.
Infelizmente também tenho bem presente as dores que senti mal ele nasceu e os médicos começaram a compor os órgãos e fechar a barriguita. Acima da incisão era só dor, foi estranho, não estava à espera daquilo e confesso que fui apanhada de surpresa! Também isso foi avassalador. Mas não me inibi de pedir mais e mais medicação, tentei não deixar a dor instalar-se e depois com a cria nos braços, diga-se que tudo o que é mau, é mais fácil de ultrapassar. Nessa noite dormi 2 horas. Acordava a cada suspiro do pikiti, a cada gemer, a cada movimento. Tenho saudades de quando ele era assim pequenino.
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