Quando se perde, reflete-se. Seja
o que for que se perca. Quando se perde uma vida reflete-se mais, sofre-se
mais. Quando essa vida já foi plena, comprida, deu frutos, o sentimento de
realização, de dever cumprido, ou semi-cumprido fica a pairar. Mas então e
quando essa vida está a começar e de repente pára? Recentemente passei por duas
situações de perda de entes-queridos que abalaram a minha estrutura. Sempre
estiveram presentes, sempre existiram, era um dado adquirido. Fui perdendo os
meus 2 avôs para a doença. Lentamente, como um ácido que escorre devagar. O
sofrimento inerente a cada uma das doenças, e não querendo ser fria, fez com
que a perda fosse “melhor” de suportar, porque sei que agora já não sofrem.
Aprendi muita coisa com estas perdas, que não podemos ser egoístas, que temos
de deixá-los partir e antes disso fazer de TUDO para que se sintam bem. Aprendi
demasiadas coisas demasiado pessoais para que me apeteça sequer escrever
publicamente sobre elas. Há que amar e viver enquanto se pode!
Mas ontem voltei a refletir sobre
esta questão da perda. E quando é de repente como o caso do Marlon? Em que se
vê um filho/irmão/neto/amigo a sair pela porta fora e não se sabe que é a última
vez? Como é que se faz? Como é que se reage à notícia? O que é que se sente?
E quando se perdem anjinhos como
o Rodrigo? Que são aparentemente saudáveis e de repente ficam doentes e partem?
Com 3 anos, com tudo por realizar, por viver, por amar? Porque não teve ele a
oportunidade de viver? São questões mais espirituais que às vezes me vêm à
cabeça. Mas o que me veio à cabeça e de forma bem forte ontem foi a dor da Mãe.
Duas palavras me ocorrem assim de repente para a perda de um filho: impossível
e insuportável. E inimaginável, já agora.
Espero que a família consiga
encontrar Paz. O Rodrigo encontra de certeza.
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É como dizes... a dor da perda e incalculável e tanto pior quanto mais pequeno é o ser! Esta reflexão, tal como outras que também faço a este nível, levam-me a tentar caminhar e a pensar de forma diferente. Para quê trazer problemas de trabalho para casa, para quê viver sem perdoar? Para quê vivermos cheios de "stress"?
Temos de viver com a máxima profundidade dar, dar, dar... dar incondicionalmente e sentir paz nessa oferta de nós para o outro...só assim chegaremos ao fim de uma linha e sentiremos paz.
Obrigado
É verdade D. gostei da tua mensagem: positiva, bondosa...um beijinho!
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